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Weintraub entrega à PF depoimento no inquérito que apura crime de racismo

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi nesta quinta-feira (4) à Polícia Federal entregar depoimento no inquérito que apura se ele cometeu crime de racismo. O ministro usou as redes sociais para insinuar que a China poderia se beneficiar com a crise do coronavírus. O ministro da Educação passou somente meia hora na sede da Polícia Federal em Brasília. Não respondeu a perguntas e entregou o depoimento por escrito. No início de abril, em rede social, Weintraub usou o jeito de falar do personagem Cebolinha, criado por Maurício de Sousa, que troca o "r" pelo "l", como fazem alguns chineses quando falam português. No texto, Weintraub insinuou que a pandemia da Covid-19 seria um plano infalível chinês para dominar o mundo. A publicação gerou muitas críticas e o ministro apagou a mensagem. A embaixada chinesa chamou as declarações de completamente absurdas e desprezíveis, disse que elas têm cunho fortemente racista e que causaram influências negativas no desenvolvimento saudável nas relações China-Brasil. Weintraub tentou desmarcar o depoimento desta quinta alegando que, em razão do cargo, tem direito de agendar data, horário e local para ser ouvido. Mas o ministro Celso de Mello, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal, negou o pedido e afirmou que investigados não têm essa prerrogativa, independentemente do cargo que ocupam. Nesta quinta, a defesa de Weintraub pediu que o Plenário do STF decida se ministros de governo tem ou não o direito de agendar seus depoimentos. Depois de sair da Polícia Federal, Weintraub em uma rede social disse ter sido muito bem recebido pelo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza. O usual para todos os investigados é ter acesso somente ao delegado responsável pelo inquérito para o qual foram chamados a dar explicações. Do lado de fora da PF, apoiadores esperavam o ministro. Entre eles, o blogueiro Marcelo Stachin, alvo de buscas em outra investigação: o inquérito que apura fake news e ataques ao Supremo. Ele é investigado por suposta participação em grupo que dissemina informações falsas e pode responder por calúnia, injúria e difamação. Weintraub falou sobre liberdade de expressão: “Só tenho uma coisa a falar para vocês: a liberdade é a coisa mais importante numa democracia. E a primeira coisa que vão tentar calar é a liberdade de expressão. Obrigado pelo apoio, gente. Estamos juntos.” Juristas têm repetido que a liberdade de expressão é fundamental, mas não é um direito absoluto. A lei impõe limites que impedem usar a liberdade de expressão para ameaçar, caluniar, difamar alguém e insuflar o ódio contra autoridades e instituições públicas. E as suspeitas sobres esses crimes estão no centro de um segundo inquérito que investiga Weintraub, o das fake news, que apura informações falsas e ameaças a ministros do STF. No depoimento dessa investigação, Weintraub ficou calado.
04/06/2020 (00:00)

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