STF julgará no próximo dia 10 ação que questiona inquérito das 'fake news'
O Supremo Tribunal Federal informou nesta segunda-feira (1º) que o presidente da Corte, Dias Toffoli, marcou para o próximo dia 10 o julgamento de uma ação que questiona a validade do inquérito das fake news. A investigação foi aberta em 2019 para apurar ameaças a ministros do tribunal e a disseminação de conteúdo falso na internet (veja os detalhes das investigações no vídeo mais abaixo). A ação em julgamento foi apresentada pelo partido Rede Sustentabilidade em 2019, mas, na última semana, a legenda pediu ao STF que o caso não seja analisado. No julgamento, os ministros devem decidir: se o inquérito tem validade;até que ponto exige a participação do Ministério Público. Na semana passada, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a suspensão do inquérito. Aras argumentou que foi surpreendido pela operação da Polícia Federal, no dia 27, que cumpriu mandados de busca e apreensão no inquérito. Foram alvos da operação aliados do presidente Jair Bolsonaro. Todos negam irregularidade. Neste domingo (31), o ministro do STF Gilmar Mendes disse esperar que a Corte valide o procedimento "para que então não haja nenhuma discussão sobre o trabalho que vem se realizando”. Argumentos O pedido de suspensão do inquérito apresentado pela PGR foi feito na ação da Rede. A legenda, contudo, agora quer que Fachin arquive a ação, em decisão inpidual. Quando apresentou a ação, o partido argumentou que o inquérito foi aberto pelo tribunal sem alvos determinados e teria como suspeitos "servidores da Receita que investigavam pessoas politicamente expostas e congressistas que apoiavam a inicialmente denominada CPI da Lava-Toga". Agora, a Rede afirma que, desde então, houve “uma espécie de escalada autoritária por parte de alguns mandatários". "Além disso, evidenciou-se, de modo cada vez mais explícito, o mal das fake news para a democracia", acrescentou a legenda. "Há de se reconhecer que o inquérito, ao se afastar dos aparentes intentos originais de perseguição à operação Lava Jato e à Receita Federal (na visão da imprensa relevante), tem revelado uma verdadeira organização criminosa cujo alvo são as instituições democráticas e cujo instrumento são as fake news: distribuídas em massa, financiadas por esquemas ilícitos e coordenadas, aparentemente, por autoridades públicas”, diz a sigla. “Se, em seu nascedouro, o inquérito, ao que indica a mídia, apresentava inquietantes indícios antidemocráticos, um ano depois ele se converteu em um dos principais instrumentos de defesa da Democracia e da lisura do processo eleitoral”, completa.
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