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Mensagem privada do ministro Celso de Mello compara Brasil atual à Alemanha nazista

Uma mensagem privada do ministro Celso de Mello, do STF, comparando a situação no Brasil à ascensão de Adolf Hitler na Alemanha provocou críticas de governistas. A mensagem do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, foi enviada a destinatários próximos na madrugada de domingo (31), horas antes de mais um ato de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, em que pediram medidas inconstitucionais, como intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF. Na mensagem, o ministro comparou, com ressalvas, a atual situação do Brasil com a queda da República de Weimar após a ascensão de Adolf Hitler, eleito pelo voto, mas que acabou impondo um regime totalitário na Alemanha, o nazismo. Na mensagem, Celso de Mello disse: “Guardadas as devidas proporções, o ‘ovo da serpente’, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (de 1919 a 1933), parece estar prestes a eclodir no Brasil! É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul von Hindenburg em 30 de janeiro de 1933, como chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha, não hesitou em romper e em nulificar a progressista, democrática e inovadora constituição de Weimar, impondo ao país um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição em março de 1933 da lei nazista de concessão de plenos poderes que lhe permitiu legislar sem a intervenção do Parlamento germânico!!!” Em seguida, Celso de Mello afirmou que a pretensão dos apoiadores do presidente Bolsonaro é a instauração de uma ditadura militar: “’Intervenção militar’, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, nada mais significa, na novilíngua bolsonarista, senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar!!!!” Celso de Mello é o relator do inquérito que tramita no STF que apura a suposta interferência política do presidente em investigações da Polícia Federal. O inquérito foi aberto a partir de denúncia do ex-ministro Sergio Moro, a qual Bolsonaro nega. O gabinete do ministro Celso de Mello informou que a manifestação não foi uma nota oficial, que foi uma mensagem exclusivamente pessoal, sem vinculação com o STF, não consta dos autos de nenhum processo e não foi enviada a ministros do Supremo. Sem se referir ao ministro Celso de Mello, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, afirmou nesta segunda-feira (1) numa rede social: “Comparar o nosso amado Brasil à ‘Alemanha de Hitler’ nazista é algo, no mínimo, inoportuno e infeliz. A democracia brasileira não merece isso. Por favor, respeite o presidente Bolsonaro e tenha mais amor à nossa pátria!” O deputado major Vitor Hugo, do PSL, pediu a suspeição do ministro Celso de Mello no inquérito sobre a suposta interferência na PF. “Recebi com extrema preocupação a manifestação do ministro Celso de Mello, que expressa sua opinião a respeito dos bolsonaristas e do próprio presidente Jair Bolsonaro. Tenho certeza que a partir dessa manifestação fica muito claro que o ministro Celso de Mello não pode conduzir mais o processo que envolve interesses do presidente Bolsonaro e de seu grupo de apoiadores políticos tendo em vista a sua evidente suspeição”, disse. O deputado André Figueiredo, do PDT do Ceará, disse que a mensagem não afeta a condição do ministro de conduzir o inquérito. “Não faz nenhum sentido se tentar arguir a suspeição do ministro Celso de Mello por conta das declarações que ele, com a sua sapiência reconhecida, fez justamente em relação à conjuntura atual, uma conjuntura de enfrentamento, de tentativa de desestabilizar tanto o Supremo quanto o Congresso. E ele, ministro Celso de Mello, nessas declarações em nenhum momento falou sobre as partes do processo, sobre o conteúdo do processo em si. Portanto, a suspeição é totalmente descabida. O ministro Celso de Mello tem que ter é a total confiança dos seus pares e da população brasileira”, afirmou.
01/06/2020 (00:00)

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