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Juízes em home office: rotina diferente em tempos de quarentena

Um filho recém-nascido, de apenas 45 dias, e um trabalho em home office. Estas são as adaptações pelas quais  o juiz da 12ª Vara de Fazenda Pública da Capital, Marco Antonio  Azevedo Junior, está passando neste período de quarentena devido à luta não apenas nacional, mas mundial,  contra o novo coronavírus. - O Poder Judiciário sempre prezou pela presença física do magistrado em seu gabinete, com vistas a organizar as atividades do cartório, para despachar processos físicos e, principalmente, para atender as partes e advogados. O sistema de home office, dada a atual conjuntura mundial, foi a correta solução adotada para que a prestação jurisdicional continue sendo prestada  à população – avalia. No Tribunal de Justiça do Rio há cinco anos, o magistrado, de 39 anos, já atuou como juiz e promotor no Paraná, na Vara Cível de Magé e em juizados cíveis da capital. E sua formação não é somente na área do Direito – cursou ainda faculdade de Engenharia. Para ele, a organização da rotina de trabalho tem sido um desafio. - Saber conciliar as atividades domésticas, cuidar de um filho recém-nascido, despachar os processos eletrônicos e ainda atender aos advogados requer uma boa dose de organização e disciplina. É tentador e fácil se distrair com as atividades do cotidiano permanecendo em casa. Mas, com uma boa organização e impondo-se metas diárias, temos conseguido bons resultados. Neste período de trabalho a distancia, o juiz conta que viu sua produtividade aumentar, embora em alguns casos, a presença física ainda seja necessária. - Não se perde mais tempo com deslocamento até o local de trabalho. Ao mesmo tempo, é possível, a qualquer momento, despachar um processo, sempre que surge algum tempo livre, como na hora do café da manhã ou à noite antes de dormir.  O acesso aos processos tornou-se imediato, o que é um grande benefício. Por outro lado, os processos físicos ainda existentes não podem ser despachados a distância, pois não se tem acesso aos mesmos. Em meio a tantas mudanças, o juiz tem conseguido fazer algo que sempre adorou, mas não tinha tempo: ler livros. Segundo ele, está “tirando o atraso”. Para o magistrado, o momento atual requer paciência e união. - A população, hoje mais do que nunca, precisa de um Poder Judiciário forte, unido e presente. Percalços, dúvidas, críticas, excesso de trabalho, falta de recursos sempre existiram, mas nunca impediram o TJRJ de alcançar, ano após ano, o primeiro lugar no país em produtividade e qualidade. Este é um período transitório, de adaptação e aprendizado. O TJRJ não parou e não vai parar!   Marco Antonio  Azevedo Junior , o TJRJ tem o melhor quadro de servidores e magistrados do país e trabalha pra corresponder às expectativas da população. - Todos, juntos, honraremos esse objetivo e serviremos a nossa população.  E em breve, voltaremos à nossa rotina, após vencer esta difícil etapa da história de nosso país, orgulhosos do nosso esforço e do legado que deixamos. Organização da rotina é fundamental Já para a juíza do I Juizado Especial Cível de São João de Meriti, Patrícia Cogliatti de Carvalho, de 46 anos, o trabalho em home office não é uma novidade. Há cerca de dois anos ela utiliza o sistema, desde que os processos da serventia se tornaram eletrônicos. Ela só vê benefícios neste método de trabalho. - Se a pessoa consegue se organizar em casa, priorizar as atividades e o momento para cada uma delas, só vejo benefícios no home office, principalmente no momento em que estamos vivendo, pois conseguimos respeitar a determinação de isolamento e deixar o trabalho em dia. Desde 2002 no Tribunal de Justiça do Rio, ela agora tem que administrar ainda as atividades domésticas e os cuidados com seus três filhos, de 7, 11 e 13 anos, que estão tendo aulas escolares on-line. - Temos dois computadores. Uso à tarde um, e a mais nova outro. Como não consigo terminar, depois do jantar volto ao trabalho até tarde da noite e também trabalho nos finais de semana. De manhã, faço as atividades domésticas, quando os mais velhos estão em aula on-line. Perto do marido e dos filhos, ela sente, no entanto, falta dos pais, que também se encontram em isolamento. Para se distrair, assiste a filmes em uma plataforma de streaming. Aos magistrados e servidores que também estão em quarentena, Patrícia manda uma mensagem: - Organizem-se, priorizem as atividades. Pode ser bem cansativo, mas, com disciplina e organização, dá para fazer tudo. O juiz Leonardo Cardoso e Silva, de 44 anos, tem em comum com Patrícia o fato de também trabalhar em São João de Meriti, onde é titular da 2ª Vara Cível, e de organizar sua rotina de trabalho no atual sistema de home office nos turnos da tarde e noite. No TJRJ há 16 anos, o magistrado já foi defensor público e, antes do período de confinamento, costumava complementar de casa ou da sala da Associação de Magistrados do Estado do Rio (Amaerj) o trabalho feito fisicamente no juízo. Leonardo se adaptou bem ao sistema e avalia que ele tem prós e contras. - A vantagem é a maior flexibilidade de horário e desnecessidade de deslocamento até o fórum. A grande deficiência é depender do sistema, que oscila muito, ainda mais que muitos servidores e juízes estão trabalhando remotamente ao mesmo tempo.  Antes com uma rotina intensa, com várias atividades por dia, o juiz sente falta de sair ao ar livre, ver os amigos e fazer atividades físicas.  Com dois filhos, de 5 e 8 anos, o magistrado tem dividido as atividades domésticas e dos pequenos com a esposa e aproveitado o tempo livre para montar quebra-cabeças,  jogos de encaixe com os filhos, além de assistir a filmes e ler livros. Neste período, ele aconselha a termos paciência e tentarmos manter uma rotina de trabalho e de lazer. -  Tudo passa, mas, com certeza, teremos que mudar alguns hábitos. Trabalho, um aliado em tempos de isolamento social Na magistratura há 15 anos, a juíza da 5ª Vara de Família de Nova Iguaçu, Mariana Moreira Tangari Baptista, de 42 anos, está trabalhando pela primeira vez no sistema de home office. No entanto, ela já está acostumada ao trabalho em casa. - Como acredito que seja para a maioria dos Juízes, trabalhar em casa não é novidade. Sempre trabalhei, inclusive, quando não havia sido implantado o processo eletrônico, trazia processos físicos para casa para fazer sentenças. Em tempos de quarentena, ela divide seu tempo entre a atuação nos processos eletrônicos, as brincadeiras com seu filho mais novo, de três anos, e as tarefas domésticas, além das atividades físicas que realiza por meio de vídeos pela internet. Para ela, a rotina atual está bem diferente daquela a que está acostumada à frente da sua serventia. - Mudou muito porque sou juíza titular de vara de Família, onde quase tudo é resolvido em audiência. Como as audiências estão suspensas, estou me concentrando no trabalho com os processos eletrônicos que não dependem ou podem ser solucionados sem audiência. Para auxiliar os filhos mais velhos, de 12 e 9 anos, na rotina escolar digital, ela conta com a ajuda do marido, que, segundo a juíza, está mais familiarizado com a área tecnológica. O lazer fica para depois que as crianças dormem, quando consegue assistir às séries de que gosta.   A magistrada sente falta da normalidade – de trabalhar no modo convencional, se exercitar, do lazer com a família e os amigos. No entanto, está se adaptando aos novos tempos. - Fiquem em casa e tenham paciência e sabedoria para enfrentar esse momento tão difícil. O trabalho é nosso aliado, pois nos faz sentir produtivos. SP/FS  
03/04/2020 (00:00)

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