Alexandre de Moraes diz que greve de policiais militares no Ceará é 'ilegal' e 'inadmissível'
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (20) que o movimento grevista de policias militares no Ceará é "ilegal" e inadmissível". Moraes, que foi secretário de segurança pública de São Paulo e ministro da Justiça no governo do ex-presidente Michel Temer, apontou que a Constituição veda a greve de forças de segurança e defendeu que os policiais que aderiam à paralisação no Ceará sofram as consequências. Perguntado sobre a situação do senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE), que foi baleado quando tentava entrar com uma retroescavadeira em um batalhão da Polícia Militar na cidade de Sobral, ele afirmou que os policiais não deveriam ter atirado porque a situação poderia ter terminado em um "morticínio gigantesco". "O que vem acontecendo no Ceará é inadmissível. Crime de dano ao patrimônio público, destruindo viaturas, tiros. Eu não entro no mérito dos fatos porque não estava lá. Mas onde já se viu policial que se queira policial - e eu tenho certeza que no STF não tem ninguém que tem mais admiração pela polícia do que eu - mas, como se pode disparar tiros a esmo? Podia ter sido um morticínio gigantesco. É ilegal e tem que ter consequências tanto na justiça comum quanto na criminal", disse o ministro Alexandre antes de sessão do STF. Em 2017, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou ilegais greves de agentes agentes de segurança, como policiais militares, policiais civis, bombeiros e agentes penitenciários. A maioria dos ministros entendeu que, por se tratar de um braço armado do Estado, a polícia não pode fazer paralisação porque isso prejudica e afeta toda a sociedade. A decisão teve repercussão geral, ou seja, vale para todos os casos de greve de polícias que cheguem a qualquer instância da Justiça.
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