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Gilmar Mendes diz que não fez crítica às Forças Armadas, mas ao enfrentamento à pandemia

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pulgou nota para esclarecer o comentário que fez sobre a atuação dos militares no combate à pandemia, na gestão feita pelo governo federal, quando afirmou que o Exército se associou a um genocídio. O ministro do STF disse que não fez críticas às Forças Armadas, mas à política governamental no enfrentamento da pandemia. Gilmar Mendes escreveu um texto em que disse: "Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual. Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo. Em manifestação recente, destaquei que as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de estado. Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela Covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas." Por fim, Gilmar Mendes escreveu: "Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros." Na manhã desta terça (14), durante um debate promovido pelo site Jota, o ministro Gilmar Mendes voltou a falar sobre a declaração de sábado (11): "Na verdade, o meu discurso, se olharem bem, é de defesa da institucionalidade das Forças Armadas, do seu papel, que eles acabem não se envolvendo, vamos chamar assim, nos truques que são normais da política. Portanto, que eles não se deixem usar nesse contexto. Foi só isso." O vice-presidente Hamilton Mourão também se manifestou sobre a declaração. Nesta terça, ao ser questionado se seria o caso de o ministro do Supremo pedir desculpas, Mourão disse que Gilmar Mendes deveria corrigir o que disse: "É do foro íntimo dele, né? Se ele tiver grandeza moral, ele fará isso, ele corrige o que falou. A nota não tem nada a ver. É muito simples. Ele chega e diz assim: 'olha, usei um termo forte para me referir ao papel que o ministro Pazuello está realizando no Ministério da Saúde’, e pronto, acabou. Encerra o assunto." O Ministério da Defesa protocolou na Procuradoria-Geral da República uma representação contra o ministro Gilmar Mendes. Agora, a PGR vai instaurar uma apuração preliminar, antes de decidir como irá encaminhar o caso. Na segunda (13), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica pulgaram nota de repúdio à declaração do ministro Gilmar Mendes. Disseram que foi uma acusação grave, infundada, irresponsável e leviana.
14/07/2020 (00:00)

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